Acabou o sonho olímpico para o surf brasileiro no Rio em 2016
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Segundo o COB (Comitê Olímpico Brasileiro), “dentro do planejamento estratégico que define as prioridades de investimento para este que é o ciclo olímpico mais importante da história do Brasil, decidiu-se na época não levar para os Jogos Sul-Americanos de Praia de Vargas as modalidades que não faziam parte dos programas olímpico e pan-americano”.
Nos últimos Jogos de Praia, na cidade venezuelana de Vargas, em 2014, a Delegação Brasileira não teve representantes do surf na equipe nacional. A primeira edição dos Jogos Sul-Americanos de Praia aconteceu em 2009. Naquele ano, Gabriel Medina, Alejo Muniz, Jadson André, Miguel Pupo (todos disputaram a temporada passada do WCT), Gabriela Leite e Camila Cássia se tornaram os primeiros surfistas a integrar uma Delegação do Comitê Olímpico do Brasil (COB).
Institucionalmente, o País tem uma dívida de US$ 6 mil da CBS com a Associação Pan-Americana de Surfe (Pasa), o que impede a participação de brasileiros nas competições continentais e o voto nas assembleias da entidade. No último Pan com atletas nacionais, na cidade de Ilhéus (BA) em 2009, o título da categoria júnior foi conquistado pelo surfista paulista de 15 anos de idade, Gabriel Medina.
A dívida foi originada justamente na competição vencida pelo então jovem Medina em Ilhéus. O Brasil ganhou em 2007 o direito de receber a edição seguinte do evento, programada para 2009. A CBS, então presidida pelo paranaense Juca de Barros, cedeu a organização e promoção do campeonato à Federação Baiana de Surfe (FBS), cujo mandatário era Adalvo Argolo, à época vice da CBS. O dirigente deveria arcar com os custos dos exames antidoping dos atletas e das passagens aéreas da presidente e do secretário da Pasa, mas segundo a entidade continental não o fez. Dois meses depois, assumiu a presidência da CBS sem reconhecer a dívida, deixando mais árido o terreno dos surfistas amadores brasileiros nas Competições Continentais e da ISA.
“Há algum tempo o Brasil se desconectou dos ciclos internacionais, dos Mundiais da ISA. Os jovens surfistas brasileiros têm que sair para disputar esse tipo de evento. É um país com muito talento, há vários jovens que precisam de uma plataforma para ter exposição midiática e conseguir patrocinadores para seguir suas carreiras profissionais”, analisa o peruano Karin Sierralta, novo presidente da Pasa e vice da ISA.
Fora do estrelato do WCT, a tempestade do surfe nacional ainda é de areia.
Acervo / Gazeta Esportiva