DEBATE EM TORNO DOS ASPECTOS SOCIOAMBIENTAIS DA VIA METROPOLITANA
Foram discutidos em audiência pública promovida pela Defensoria publica do estado da Bahia, na manhã desta quarta feira, na câmara dos vereadores de Lauro de Freitas, os impactos sociais, ambientais e as implicações para a população de Lauro de Freitas e Camaçri causados pelas obras da via Metropolitana Camaçari – Lauro de Freitas que ligará a rodovia CIA – Aeroporto (BA-526) à Estrada do Coco (BA-099).
Abrindo a sessão o defensor público Gilmar Bittencout, responsável pela Audiência ressaltou a necessidade do debate com a participação popular em defesa dos interesses sociais e do bem coletivo das comunidades tradicionais nas áreas onde será construída a nova rodovia, passando a palavra para Leana Mattei, assessora de desenvolvimento socioambiental da Concessionária Bahia Norte, empresa que executará as obras, para apresentar o contexto e os possíveis impactos do empreendimento como: mobilidade urbana, melhoria de acesso, valorização do território, atração de empresas e investimentos na região e geração de empregos.
A construção da Via Mtropolitana afetará basicamente as comunidades do Capelão, Parque São Paulo e Quingoma (Comunidade Quilombola) no município de Lauro de Freitas e a comunidade de Catu de Abrantes no município de Camaçari, atingindo diretamente essas comunidades com a desapropriação de moradias e comércios e acima de tudo impactando socioeconômico culturalmente a Comunidade Quilombola de Quingoma com o reassentamento involuntário.
No aspecto ambiental o impacto inicial da obra fica por conta da supressão da vegetação nativa (Mata atlântica remanescente e Mata Ciliar) e do afugentando e relocação da Fauna Silvestre. Em contra partida não foram apresentados nenhum plano de reposição florestal e manejo da madeira e dos produtos florestais como resinas, raízes, cascas, cipós, etc, extraídos das áreas suprimidas nem do manejo e monitoramento dos animais capturados e muito menos programas de conservação de habitats críticos como sítios de reprodução de peixes e aves nativas nas margens das represas Joanes e Ipitanga.
Com relação aos mananciais dos Rios Joanes e Ipitanga, importante sistema de abastecimento de água para a Região Metropolitana de Salvador, que já vem sofrendo com a falta de saneamento básico com lançamento de esgotos domésticos e industriais nos rios, o conflito ambiental só tende a aumentar por conta da aceleração ocupacional que deve multiplicar a velocidade de urbanização na área da APA, depois da abertura da Via Metropolitana.
Isso sem falar da Extração ilegal de areia, arenoso e barro, deposito irregular de lixo, desmatamento, queimadas, poluição atmosférica, etc.
“Essa APA foi criada com o objetivo principal de zelar pela qualidade do manancial de abastecimento e pelas nascentes encontradas na área, já que a água é um bem indispensável à vida”.
Muito me admira o fato da licença prévia ambiental emitida pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), em dezembro de 2014, antes de realizados todos os processos legais. Porque antes dessa audiência pública promovida pela DPE/BA em Lauro de Freitas, não foram realizadas outras audiências públicas nas cidades de Camaçari , Lauro de Freitas e Salvador por exemplo, comunicadas no Diário Oficial da Bahia com antecedência de 45 dias.
Venho através deste artigo, requerer a participação ativa em defesa dos interesses sociais e do bem coletivo, não só da secretaria de Meio Ambiente de Lauro de Freitas, na pessoa do secretário Marcio Crusoé, mas tanbém de Comissão de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, através dos vereadores Luís Maciel de Oliveira e Paulo Aquino a quem conheço desde infância, a Comissão de Controle e Fiscalização através de Mirela Silva a qual sou admirador dos serviços prestado ao município enquanto vereadora, ao Prefeito Mário Paiva e ao Ministério Público.
Porque se atingirá a Área de Proteção Ambiental – APA Joanes Ipitanga, tem que haver Estudo de Impacto Ambiental (EIA) para a construção da Via Metropolitana Camaçari-Lauro de Freitas e se ouve foi protocolado pela Secretaria do Planejamento (Seplan) junto ao Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).
Entre tanto, as comunidades afetadas pelas obras assim como todos os Munícipes, têm o direito de ter acesso ao Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), e ficar cientes dos verdadeiros impactos à região. Mas não somente onde vai passar a rodovia, mas por toda região onde será impactada, passando pelos manguezais, ricos em biodiversidade, que são encontrados no estuário do Rio Joanes e pelas belas praias de Buraquinho, Busca Vida e Jauá associadas às dunas com vegetação de restinga onde abrigam espécies da fauna e da flora de grande importância ambiental nativa para o equilíbrio ecológico da nossa Cidade.