Proposta de alteração de traçado da Via Metropolitana‏

19/05/2015 08:15

A prerrogativa de maior relevância para a assinatura da Ordem de serviço para a construção da Via Metropolitana Camaçari – Lauro de Freitas, segundo o governo do estado, é a mobilidade urbana na Região Metropolitana de Salvador (RMS), desafogando o transito na região de Lauro de Freitas, Aeroporto e São Cristóvão.

Atualmente Lauro de Freitas é o município com maior índice de motorização da RMS, superando até mesmo Salvador, de acordo com pesquisas da própria SEINFRA. Mas o congestionamento do transito em Lauro de Freitas vai além da estrada do coco, com grandes conflitos tanto na Luís Tarquínio quanto na Gerino Souza Filho e no centro da cidade.

Porém das viagens feitas a RMS com destino ao Litoral Norte, 76% partem de Salvador, segundo a mesma pesquisa.

Não seria esse o fator de maior relevância aos olhos do Governo Estadual? Retirar o tráfego rodoviário de longa distancia da área urbana de Lauro de Freitas para facilitar o tráfego moradores de Salvador com destino a estrada do coco e dos turistas com destino a Praia do Forte e Costa do Sauípe, além da chegada e saída ao aeroporto internacional de Salvador.

Por outro lado, nós munícipes de Lauro de Freitas, não vemos porque o contorno da Rodovia Estadual da BA-099, que já teve a Ordem de Serviço assinada pelo governador do estado Rui Costa(PT) e pelos prefeitos de Camaçari Ademario Delgado(PT) e de Lauro de Freitas Márcio Paiva (PP), tem que necessariamente partir de Catu de Abrantes em Camaçari, passar por Cajoeirinha, dentro  da Área de proteção ambiental (APA), cortar Quingoma e Parque São Paulo pra chegar na BA-526 na altura da Quinta Portuguesa.

Ou seja, a licença desse traçado além de colocar em risco a preservação da biodiversidade nativa que ainda nos resta na RMS, feri a cultura da Comunidade Quilombola de Quingoma, tendo suas terras decretadas área de utilidade pública, obrigando-os ao reassentamento involuntário, além de adimitir o atestado de óbito do Joanes, alvo de elevada carga orgânica e de contaminação por esgotos urbanos na importante com o aumento de consumo de água proveniente da Bacia Hidrográfica do Joanes I, devido ao crescimento ocupacional urbano que tende a dobrar com o empreendimento, assim como o aumento dos danos poluentes causados aos recursos hídricos.

Será que o atual traçado que ligará a BA-099, na altura de Busca Vida à BA-526 (Cia Aeroporto), junto ao acesso a Represa Ipitanga e a Quinta Portuguesa, que irá ligar à Avenida 29 de Março, corredor transversal em execução na altura do Wet’n Wild na Paralela, não poderia ser alterado e ter melhor utilidade pública para a população Lauro Freitense se a ligação do contorno partir de Portão, passando pelo Jardim Castelão, Caji e ligar a  BA-526 na Quinta Portuguesa?

Nós da Associação Lauro Freitense de Surf (ALFSURF), representante da comunidade costeira de Lauro de freitas, que sofremos diariamente com a poluição em nosso ecosistema marinho, devido aos efluentes lançados no Rio Joanes, juntamente com as  comunidades de Catu De Abrantes, Quingoma e Parque São Paulo, afetados pelos  impactos socioambientais da Via Metropolitana, esperamos ter respostas e soluções por parte dos Governos Estadual e Municipal, das Secretarias e Institutos Responsáveis e da própria Concessionária Bahia Norte, responsável pela construção do Empreendimento,

Ricardo Luz - Presidente da ALFSURF